Depoimento: "Da janela lateral"... observando, percebendo, refletindo e discutindo sobre o que está ao nosso redor e além

         Participar do Projeto "Casa como Ambiente de Aprendizagem" tem sido uma experiência rica de sentido e de sentidos! Neste percurso, o caminho é a melhor parte. Nós, professores e alunos, fomos passeando pelas paisagens que começaram em nossas próprias casas, fomos nos percebendo, vendo e ouvindo o nosso entorno e lançando nosso olhar, ouvidos e pensamentos para além da janela e, de repente, já estávamos longe! Como esperado, "voltamos" novamente para dentro de nossas casas, com a bagagem carregada. Tudo isso sem, efetivamente, sair de casa.💗

     "A viagem"... foi cheia de paisagens bonitas. Algumas tão diferentes e novas para nós que até duvidamos que fossem pontos de nosso Sergipe. As fotografias dos professores Alberto e Nemésio (que tão gentilmente compartilharam conosco seus cliques, seus olhares) nos levou a entender que boa parte da questão está no olhar. Nosso olhar sobre o meio, aqui ou ali. O olhar que lançamos transforma a paisagem. Não será mesmo que a realidade que queremos vem de dentro de nós?


      Cada nova cena ia nos conduzindo para novos porquês, novos rumos! De alguma forma, a preocupação sempre ia se direcionando para nossa participação ativa sobre o meio ambiente, em vários contextos. Foi assim com as fotografias. Mas também foi assim no dia que exploramos a nossa audição e fomos perceber a paisagem sonora à nossa volta.

        Sim! As teorias do compositor e educador musical Murray Schafer (1933) nos ajudaram a ouvir a paisagem sonora que nos cerca, afinal "o ouvido não tem pálpebras". Como são esses sons? Que impacto causam para nossa qualidade de vida? Qual minha participação no ambiente sonoro da minha casa, da minha escola? Quando a gente para pra ouvir todos os sons (do arrastar dos pés no chão, da caneta que rabisca o papel até as buzinas irritantes numa avenida movimentada), é que percebemos como nosso mundo é repleto de sons. Nossa escuta ampliada nos lembra que temos outros sentidos e todos eles são importantes. Isso muda nossa forma de ver, ouvir, sentir o mundo! E como nossa Aracaju (SE) mudou ao longo das décadas, tantos recursos tecnológicos e seus estímulos sonoros apelativos... Será que a paisagem sonora  está ficando mais agradável? Bem... nós fazemos parte disso, certo?



            Dentre os "locais" que visitamos em cada encontro virtual, a percepção ia ficando mais interessante e a conversa mais instigante. O olhar curioso foi se tornando científico. Olhar de pesquisador. 
                Mas agora, deixo vocês com essas memórias de quem olhou da janela da própria casa e, de repente, viu mais do que conhecia. E não viu sozinho. Quem olhou, escutou e sentiu, percebeu com seus próprios sentidos.  Cada um com sua própria maneira de perceber, mas que foi se comunicando com as outras maneiras de olhar, de ouvir. Dos companheiros de viagem, formas de comunicar diferentes: todas válidas - artisticamente, musicalmente, poeticamente, pragmaticamente, biológico, geográfico. O olhar científico que vai encerrando nosso andar não se formou sozinho. Precisou de tantas formas diferentes de olhar a mesma estrada.

            Juntando a vista da minha janela com a vista da sua, e da dela e deles todos: que paisagem será que dá? É a paisagem que queremos?

Ó de casa!
(Thais)




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